sexta-feira, 20 de setembro de 2013

HIPOCALEMIA(HIPOCALEMIA!) - wikcionario terminologia etimo

O homem se rebaixou
E abaixo das ervas
Onde está,  jacente,
Tal qual o rio à jusante,
De indivíduo foi transmutado em povo,
Sendo  o homem individual
Na categoria de substância
A primeira substância,
A substância-prima, o sujeito
De que trata  o filósofo Aristóteles
Em seu tratado sobre as categorias ;
Portanto,  deixou de ser o sujeito gramatical ,
O sujeito lógico e ontológico,
A consonar com a metafísica do estagirita
Que, outrossim, versa sobre as categorias.

Mister  educar o povo,
Que deixou de ser homem,
Para ser massa amorfa,
Para deixar os poetas
Viverem  em paz,
Porquanto morrer já não importa
Se é torta a sebe
Por onde a liana sobe
Aliada ao léu
Que voa pela céu
Qual  no téu-téu
Ateu de mel,
Amante sob dossel
O beijo sob o véu
Colhendo da noiva de Klimt
Mestre da art nouveau
E quase do nonsense.

Educar o povo parvo
Para que seus alcaides
E seus barões assinalados pelo estro de Camões
E seus leiteiros desmamados do estro de Drummond
E suas futuras assombrações pelas vielas tortas, mortas,
Quase piegas no estro de Quintana
Na madrugada que é uma porta
Aberta ao madrigal do trovador provençal
De gaia ciência, gai saber, gaia sabedoria
Descrita da pespectiva de desdita de Nietzsche
Com foles de cata-ventos
- que faça o alcaide, do alcácer,
Permitir por olvido
Que  as cidades possam respirar,
andar descalças
no rasto dos carmelitas descalços,
filhos humílimos do profeta Elias
que saiu do Monte Carmelo
onde havia uma escola de profetas
onde haviam já, à época,
poucos homens e muito povo,
ensaindo ensinar
o que Deus ensinou aos profetas profanos
e aos poetas sacros
descritos na etnografia anteMalinowski
e nos ensaios e geoglifos
ou escritos com glicose
tracejados pelo Ancião dos Dias
que cuida de alva e noite
- para ele tudo noiva
Do seu filho Jesus.

A mole dos edifícios,
Toda a massa seca de concreto armado
( armado contra a umidade!,
Contra as guelras dos peixes!,
As brânquias (Oh! As brânquias!),
O asfalto que não absorve a água,
A ausência de árvores, ervas, lianas,
Formas arbustivas de ipê roxo
A pintar a aquarela  para o artista naturalista,
Enfim, todo um labor de joalheiro com vidros,
Que somente seguram besouros batedores,
Uma batedora das abelhas, das vespas, formigas...
Um batedor dos cupins não há
Porque os cupins
Vem para ficar, não enviam batedores,
Nem emissários,
- tudo isso arrolado
E não elencado e concerto
Seca  a seca na boca,
Enxuga a água na boca,
E vai tirando  de nós,
de cada um, um por um,
o peixe que somos
na água mitigada em umidade,
que são nossas brânquias
aparelhadas no ar,
- isso depois que saímos do mar e do rio,
Após nossa fase e face de anfíbios,
Mensuradas em tempo geológico,
- batráquios  que morreram aos montes santos,
- insanos!,
Empilhando com seus corpos
montes de mortes,
 montanhas de mortos...
( Secos da seca do nordeste de Graciliano Ramos
Os tristes olhos do desespero
Mesclados com meia-morte
Da minha irmã “Pietà”
Que perdeu o filho
Para a hipocalemia,
Pregado à cruz da hipocalemia!).

Todavia, hoje,
O que quero com o quero-quero,
Do quero-quero,
É  ir pelos ermos fazendo fazendas,
Mas não somente pelos ermos
Ir   plantar ermidas para anacoretas
Em meios aos edifícios,
fazendo fazendas
Até que o campo
E os campesinos mudem para cá,
Pois melhor seria que a cidade e a metrópole
Se bifurcasse em duas
Com o campo em meio ao concreto
Paulatinamente desarmados,
Não mais desavorados,
Mas com árvores plantadas
Até no corpo do homem,
Pois é assim no homem
Que não é povo, mas um ser,
Um ser algo jardim do éden e de Epicuro,
 com árvores da vida e do conhecimento.
( Claro como água benta
Que  o clima responde mais pela umidade
Que a cidade em felicidade,
Porém há um clima
Entre o homem e a cidade
Tal qual o clima
Entre o homem e a mulher
Que se amam à sombra dos outeiros :
E também uma química, uma alquimia
- um clímax! )


Mas que o campo continue
A ser só o campo
Com casa de campo
Homem do campo
Cavalo campeão
Vaqueiro e peão
Menino e pião
Cantor e canção
No sertão da serra do matão
Em algum gerias que fala por si,
Grita no estribilho do gavião
Que sobrevoa o vôo a planar.

O homem virado em povo
Não sabe nem mais respirar,
Nem mesmo que é essencial respirar,
Pois perdeu a autonomia
E  se transformou em autômato :
Terá que aprender com políticas respiratórias,
Pois tudo vira política
Enquanto  o bom e belo besouro vira-bosta
Cumpre sua vida simples
Sem  praticar ioga
Ou que estiver em voga
No mundo dos escaravelhos,
Velhos, vetustos coleópteros
De asas negras
E vida alva como a Alba
Que se anuncia em clarim
e renuncia a caserna
que prenuncia o festim,
o florete do espadachim...

Deixem-nos livres
Girando girinos
Gerando gerânios
Na gira não-geométrica
Dos mistérios dionisíacos.

(PARA O LIVRO “ Recolha de poemas em ditirambos Escritos no Corpo de Baile das Grandes Dionísias”).
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

SUBSTÂNCIA(SUBSTÂNCIA!) - wikcionario wikdicionario etimo

 Aporia, uma aporia constata Aristóteles, o filósofo grego,  o aristocrata por excelência, quando fala que a ciência provêm dos universais, ou da percepção e conceituação do que é universal na substância primeira, que é o indivíduo, o homem individual, de onde tudo emana e que dá nome e número ( os “nous”) ou qualidade e quantidade em contraparte á substância, nas categorias , as quais situam-se  abaixo da substância, que é o sujeito do universo, pois sem ela ( a substância, o sujeito, o subjetivo) o universo não se diz, pois a dicção, o predicado (pré-dicado) origina-se no sujeito, que e a substância primeira, ou o indivíduo , ou seja, o ser humano, o homem enquanto indivíduo. Esse pensar aristotélico pára na Bíblia, no Livro do Gênesis, quando se  diz que o homem nomeia os animais e plantas e tudo o que há na terra. Inclusive as Grandes Dionísias.
Todavia, o universal não se exprime, senão pela singularidade, na substância primeira, que é o indivíduo humano, a concretude; porém há a substância nomeada de substância segunda, que é a espécie, que  é o homem, ou seja, aquilo que o ser  humano individual tem em comum com os demais seres humanos, que caracteriza o homem, diferencia-o do boi, a ave, por exemplo.
Ora, quando Walt Disney veio ao Brasil em 1942 e criou a personagem José Carioca, isso, ao ver os desenhos, me animou a crer que ali estava Aristóteles, sem rebuço. Senão vejamos: a personagem fictícia José Carioca  evoca com perfeição psicológica, corporal, cultural, enfim, o apresenta o tipo do brasileiro universal, ou seja, a espécie de gentílico, se podemos arrumar uma licença poética para fazer o exemplo clarificar o pensamento do estagirita. Claro que, enquanto espécie, o homem brasileiro não  difere em nada do norte-americano, mas culturalmente sim, há uma diferença de comportamento abissal, que toca o corpo e o pandeiro vai bailando junto ao bumbum bate bumbum  ziriguidum , em José Carioca e até faz dançar o caráter do “urso”, para lembrar Helvetius que assinalara : “A educação faz dançar os ursos”. Digo que no circo sim. No picadeiro com as devidas ou indevidas ameaças.
Nota-se que José Carioca é um tipo invasivo, intrometido, afetado, falso, falsário mesmo, mentiroso, que vive e sobrevive  de enganar os outros ( profissão de fé do malandro brasileiro de cultura folclórica), bom de conversa, fácil de fazer  amizade , o que mostra futilidade, leviandade, interesse em passar uma imagem positiva, de pessoa carinhosa, gentil, tudo com um objetivo de tirar o máximo proveito da situação enquanto o incauto não perceber. Vigarista, estelionatário. É um típico Macunaíma : indivíduo de mau-caráter, sem virtude, sem honra ou vergonha, um pária, enfim. O rebotalho. Lamentavelmente é o brasileiro típico, culturalmente formado, mormente daqueles que dirigem  o país : os políticos, que são sempre  d esse naipe, pois os políticos, os detentores do poder são aqueles com os quais o povo tem empatia e, portanto, ganham, no voto, democraticamente, direito de representar esse povo, pois são a cara do povo. O homem brasileiro não é pior nem melhor que o norte-americano, o europeu, o árabe, mas sua cultura, que consideraremos aqui como algo acidental ao homem ( coloquemos a cultura como acidente para evitar dissensões que não interessa ao escopo deste escrito, porquanto  a  cultura,  que  não e a mesma em todos os povos, é que faz essa diferença não essencial, mas acidental.
De mais a mais, estudar a cultura de cada povo não retrataria a cultura absorvida, lida e interpretada por cada indivíduo humano e, portanto , não poderíamos ter ciência, pois se   estudarmos  cada indivíduo teríamos, segundo Aristóteles, tantas ciências quantos indivíduos existem. Por isso, segundo o filósofo, apreendemos o múltipo, que representa o universal em cada indivíduo e desse universal, encontradiço no indivíduo, construímos  os princípios que norteiam  a ciência. Esse universal é a espécie, que conceitua o homem enquanto um conjunto de seres semelhantes, com as semelhantes características físicas e psíquicas essenciais ( substanciais, de sujeito  ou subjetivas, oriundas do mesmo substrato; a saber , a substância primeira ).
 A ciência, com o universal, que é uma percepção e conceituação intelectual, colhe a concretude com o aparato da abstração, ou seja, deixa de ser ciência de fato para sê-lo de direito, pois afasta a realidade concreta e estuda a abstrata, só chegando a concreção quando no embate profissional, se muito. A ciência, de fato, é uma demonstração de princípios  científicos, mas não ciência, pois prescinde dos fatos singulares , graças ao intelecto  nobilíssimo de Aristóteles que a colocou nestes trilhos a milênios, pois não havia outro caminho possível  e tão econômico quanto o método que se utiliza do universal, que é mera abstração, e tem que abandonar a concretude em nome da necessidade de economia, sem a qual não poderia haver ciência funcional. A ciência é como a estatística  vive de amostras da população, pois é impraticável estudar todos os indivíduos da população e, destarte, sim, poder fazer ciência e não mera amostra.Entrementes, sejamos dissidentes ou dóceis meninos, é esse universal que faz a ciência, catado na singularidade do indivíduo, pois sem  indivíduo não há homem e nem, evidentemente, ciência, que é produto do homem em correspondência com sua cultura, a qual  responde.
O homem(espécie) brasileiro é, destarte, desenhado, conceituado, lido da alta arte do poeta, do artista Disney ( e a política dos Estados Unidos ), lido enquanto espécie, ou seja, substância (substância!) segunda, que é a espécie e, concomitantemente, mostra a substância primeira, de onde se tira a segunda, que não existe sem a primeira, sendo a substância primeira ou o sujeito ou o indivíduo humano, o ser humano individual, que faz nadar o universo em suas águas internas e externas, via mares, coaduna-se perfeitamente com o pensamento aristotélico sobre as categorias que é constituída pela metafísica e posta ( em tese) pela tabuadas categorias do filósofo do Liceu.
De fato, não temos ciência, porquanto essa ciência fundada no universal não passa de uma amostra estatística da ciência, pois a ciência completa, verdadeira está no estudo do cientista e da  maior quantidade ( e com toda a qualidade) de indivíduos que o cientista solitário ou em conjunto(ou equipe) que pode existir; no caso da ciência por amostra estatística que o cientista político estuda, não deixa de ser ciência, mas é incompleta e pode ser objeto de manipulação por parte dos políticos, pois é uma ciência voltada para a política, no sentido que cuida do universal para estudar por abstração a complexa  teia e Ca   déia em trama viva na realidade natural ou social, econômica, consoante for o objeto da ciência.
A ciência de fato, real é do indivíduo cientista em interação livre entre o indivíduo objeto de estudo ou a substância estudada e o sábio que  o(a) estuda  movido ela paixão e não por interesses políticos, econômicos,  etc. A ciência fundada exclusivamente nos princípios que levam à uma mostra do universal é política; logo não é cabalmente legítima, mas maculada; a ciência pura é individual, não encarna conotação ou denotação política. É o estudo o eremita :
Nietzsche escrevendo, Shopenhauer meditando o budismo e o hinduísmo, Kant elucubrando na solidão e solitude ,  no silêncio de  suas teses uma doutrina bem sopesada  e, claro, Aristóteles elaborando todo co corpo da filosofia que, praticamente, foi criado por ele com pano de fundo em seus mestres e nos  mestres de sues mestres : os pré-socráticos e os que precederam ou forma preceptores do pré-socráticos.
Toda a  filosofia e ciência contemporânea tem esteio nas obras de Aristóteles. Não obstante, o homem comum não pode saber disso porque não tem leitura suficiente para entender o filósofo; sabe-o, tampouco,  sabe o cientista e o professor de filosofia, pois estes não têm bagagem literária mínima para apreender  o que um saio antigo e de vasta, perspicaz inteligência tem a dizer a todos os tempos,  quando o tempo cai sobre um homem de gênio e erudição e se transforma em ser.
Ou não seria essa contemporaneidade inaudita de Aristóteles de Estagira apenas um emaranhado de contextos que se mesclam irremediavelmente na tradução, um diálogo de tramas dos tempos que se interpolam,  que se encontram numa mente moderna e tende a ler o próprio universo contextual num mundo antigo, num homem de outro tempo e outras tramas conceptuais?! Não seria ao resultado da intersecção dos tempos? Das leituras e da imaginação do literato, do esteta que se mete a exegeta, hermeneuta, comentarista e tradutor do filósofo?

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